Comunidades do litoral norte do Paraná e do litoral sul de São Paulo discutem os meios de salvaguardar e promover o fandango, declarado Patrimônio Cultural do Brasil em 2012.
No dia 22 de março, na Casa do Patrimônio Vale do Ribeira, em Iguape (SP), foi realizada a primeira reunião entre fandangueiros, estudiosos e as superintendências do Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) do Paraná e de São Paulo. Novos encontros e eventos estão sendo programados pelo grupo.
O Fandango Caiçara foi registrado como Patrimônio Cultural Brasileiro em novembro de 2012.Hoje em dia, as comunidades caiçaras comemoram com fandango os aniversários, casamentos, batizados, a Festa de São Pedro, as romarias do Divino e a louvação a São Gonçalo. São momentos onde a comunidade atualiza as notícias e reforça as relações de parentesco, a convivência entre tocadores, dançadores, preservando a memória e a prática das diferentes músicas e danças. Mas nem sempre foi assim. Antigamente, o Fandango era muito mais presente na vida da comunidade.
Muito além de um estilo musical, o fandango e compõe um universo cultural complexo, articula relações de parentesco, compadrio, trabalho e amizade. É na estrutura poético-musical de seus versos, na sonoridade de seus instrumentos, movimentos e gestualidades específicas de suas danças que o fandango “bate o pé” e permanece entre as variadas práticas caiçaras.
Entrecortando relações marcadas por essa identidade, o fandango, em suas afinações, acordes e timbres forma um universo musical específico, transitando pela fé, festa e trabalho. Neste contexto, os bons bailes de fandango, marcados pela fartura de comida e bebida, eram o “pagamento” oferecido pelos donos das casas beneficiadas pelo dia de trabalho realizado pela comunidade.
A sala com chão de madeira era a única exigência para a realização dos bailes, que além de uma função produtiva, facilitava e estreitava os laços sociais entre os vizinhos, permitindo a troca de informações e, muitas vezes, promovendo namoros e casamentos.
Sob a melodia de violas e rabecas a memória caiçara se atualiza e continua entre a juventude que se faz presente. Quando acontece o fandango é momento de troca e diálogos intergeracionais, afirma-se aí a dinâmica que envolve as manifestações culturais populares.
Hoje em dia, as comunidades caiçaras comemoram com fandango os aniversários, casamentos, batizados, a Festa de São Pedro, as romarias do Divino e a louvação a São Gonçalo. São momentos onde a comunidade atualiza as notícias e reforça as relações de parentesco, a convivência entre tocadores, dançadores, preservando a memória e a prática das diferentes músicas e danças.
Presentes ao evento:
- Paulo Moura Peters (Iphan-DF)
- Zé Muniz, Leandro Diéguiz Gonçalves e Eduardo Shotten (Guaraqueçaba-PR)
- Nemésio Costa do Grupo Pés de Ouro (Paranaguá-PR)
- Beto Bertagna e Rosiane Nunes (Iphan-SP)
- José Fermino Marques da Rede Cananéia
- Patrícia Martins (IFPR e da Associação Mandicuera de Paranaguá-PR)
- Joana Ramalho Correa da Associação Cultural Caburé (Rio de Janeiro)
- Dauro Marcos de Padro da Associação de Jovens da Juréia (Iguape-SP)
- Natália Brayner do Departamento do Patrimônio Imaterial (DPI do Iphan-DF)
- Fernando Oliveira Silva do Ponto de Cultura Caiçaras (Cananéia-SP)
- Josimar Rio Branco do Partamento de Cultura de Iguape-SP
- Myrian Teresa Sginori do Patrimônio do Vale do Ribeira
- Julia Basso Driessen da Fuá Produções (Curitiba)
- Lúcia Souza (Iguape-SP)

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